
Este semestre no “Ateliê de Sexualidade e Desenvolvimento Humano” nós do grupo The Crazy discutimos e refletimos sobre assuntos como: transexualidade, homossexualidade, identidade de gênero, discriminação e preconceito. No último encontro, assistimos o filme “Minha Vida em Cor de Rosa”, em que todos esses temas estão presentes.
O filme, La Vie En Rose em seu título original, conta a história de um menino de sete anos de idade, Ludovic, irmão de outros dois meninos e uma menina, que juntamente com a mãe Hanna e o pai Pierre, formam a família Fabre. O menino Ludovic tem um corpo biológico masculino e, no entanto, aos poucos revela a consciência de ser uma menina.
É na infância que aprendemos, através de nossas vivências cotidianas, o que é esperado, incentivado e permitido para meninos e meninas, havendo diferenças nessas expectativas e representações. Ludovic se identifica com elementos que em sua cultura são considerados como de meninas, tendo vontade de usar vestidos e brincos, cabelo cumprido, dançar imitando as personagens mulheres da TV. Quando acorda com dores na barriga, por exemplo, Ludovic interpreta como se fossem cólicas menstruais, como as de sua irmã. Ludovic também deseja casar-se com Jerome, filho do patrão de seu pai, veste-se de noiva e brinca de casamento com o amigo, o que deixa os adultos confusos e irritados. Quando os pais o levam a psicóloga, numa tentativa de “resolver o problema”, Ludovic percebe que os pais querem que ele mude, e passa a tentar imitar os comportamentos de seus irmãos e amigos da escola, como jogar futebol e tentar beijar uma garota. Como suas tentativas não são bem-sucedidas, ele busca explicações, por exemplo perguntando à irmã mais velha que usa livros de biologia para explicar sobre os pares de cromossomos: ser menino é ter XY e ser menina é ter XX. Diante da explicação, Ludovic fantasia que a qualquer momento vai receber de Deus o outro X que foi perdido. Acontecem grandes desentendimentos entre Ludovic e as pessoas a sua volta, já que os comportamentos dele não correspondem ao que é socialmente aceito e valorizado, o que traz vergonha e conflito para a família. A mãe, por exemplo, corta o cabelo de Ludovic, como se essa atitude fosse eliminar o desejo de ser e se transformar numa menina. O pai também se esforça para transformá-lo, insistindo para passar mais tempo juntos fazendo coisas “de homem”, como jogar futebol. A família até mesmo muda de cidade, numa tentativa de começar uma vida nova, longe dos olhar de reprovação e preconceito dos vizinhos.
Assim, Ludovic, que muitas vezes nem compreende o que está acontecendo e por que as pessoas estão reagindo da forma que reage, acaba sofrendo e passando por muitos conflitos entre a vontade de ser uma menina e o preconceito das pessoas e as expectativas de sua família de que ele mude.

O que você achou do filme? Vamos aproveitar o blog para continuar essa discussão? Aproveite o espaço dos comentários para contar o que achou mais interessante, e também para dizer o que você falaria para Ludovic e sua família...
Nenhum comentário:
Postar um comentário