Em 2009, a cada dois dias um homossexual foi morto no País, aponta relatório divulgado este mês pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). A entidade realiza o levantamento anualmente, baseado em casos divulgados pela imprensa nacional e regional. O número total de mortes no ano passado foi 198, mas nos dois primeiros meses de 2010 já foram registrados 34 homicídios.Os dados de 2009 apontam que entre os mortos 59% eram gays, 37% travestis e 4% lésbicas. Segundo o fundador do GGB, Luiz Mott, os números podem ser ainda maiores, já que não há estatísticas oficiais sobre o assunto. "Isso representa provavelmente menos da metade do que ocorre na realidade. Infelizmente não existem estatísticas de crimes de ódio no Brasil. Muitos homossexuais escondem a situação e a polícia não tem recursos para identificar todos", disse.
A maioria das mortes foi com arma de fogo e, segundo o GGB, aproximadamente 80% das ocorrências têm "autor desconhecido". "São crimes de ódio que se caracterizam por muitos golpes, tiros, aplicação de tortura, queimadura, enforcamento", disse Mott.
O grupo realiza o levantamento há 30 anos, desde a sua fundação. "Nós chamamos a atenção para que as secretarias de segurança pública ou o Ministério da Justiça desenvolvam mecanismos para coletar e interpretar esses dados, mas até agora não conseguimos sensibilizar o poder público para a importância desse levantamento", afirmou Mott.
Segundo o fundador do grupo, a violência contra homossexuais poderia ser reduzida, entre outras medidas, com educação nas escolas e com o ensino do respeito à diversidade sexual. "Também precisamos que a polícia e a Justiça sejam mais severos na hora de investigar e punir esses crimes. Fazemos um apelo à própria comunidade homossexual para que evite qualquer situação de risco, denunciando qualquer tipo de violência ou ameaça e evitando levar para dentro de seus lares pessoas desconhecidas", disse.
Fonte: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/03/08/e080313264.asp
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